No Japão, assim como, em outros regiões do Oriente, o Ano Novo segue uma tradição milenar, muito respeitada até os dias de hoje. Década após década os costumes são passados de geração para geração. Durante o Ano Novo (chamado de Oshougatsu), os templos e santuários ficam lotados. Nestes templos e santuários são vendidos diversos tipos de talismãs para atrair boa sorte, tais como: Omamori, Daruma e Maneki Neko.
Muitos tradicionalistas, aproveitam para deixar os amuletos antigos para a queima. No dia 1 de Janeiro, os japoneses costumam se levantar bem cedo para assistir ao primeiro amanhecer do ano. Esse ritual chama-se Hatsuhinode (初日の出). Muitos se reúnem com amigos e familiares e vão para o litoral ou para algum templo localizado em alguma cidade montanhosa, para apreciar o nascer do sol.
Muitas atividades relacionadas ao início do novo ciclo acontecem depois do Sanganichi, os três primeiros dias de janeiro até o dia 15 de janeiro, período chamado de Matsunouchi. O nome Matsunouchi se refere ao enfeite de Ano Novo, que deve ser mantido em casa até essa data. No final da primeira quinzena celebra-se o fim do Shougatsu. A data é conhecida como Koshougatsu, ou “pequeno Ano-Novo”. Em algumas regiões o Koshougatsu recebe o nome de Onna-Shougatsu, ou “Ano-Novo das mulheres”.
Como não se pode trabalhar nos dias do Oshougatsu, as donas de casa japonesas têm de preparar as refeições com 3 dias de antecedência, ou seja, preparar refeições com alimentos que possam durar esse período sem estragar. Foi assim que surgiu a tradição de comer o Toshikoshi-soba (espécie de macarrão) na última noite do ano. Outra tradição é beber saquê doce (Otosô), que começa a ser servido pela manhã. Segundo os antigos, o vinho de arroz japonês traz saúde e vida longa.
No Oshougatsu, não pode faltar Okagamimochi, feito de dois bolos de arroz (mochis) dispostos um sobre o outro e decorados com papel japonês, folhas de matsu (semelhantes a folhas de pinheiro) e daidai (espécie de laranja nipônica). O Kagamimochi é colocado sobre um altar como forma de agradecimento aos deuses budistas e xintoístas, especialmente Toshigami, o Deus que, segundo a lenda, costuma visitar as residências no Ano Novo.